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Um recente estudo da consultoria McKinsey revela que o mercado global de crédito de carbono está projetado para crescer significativamente, possivelmente atingindo a marca de US$ 50 bilhões até 2030, em comparação aos atuais US$ 1 bilhão. O Brasil destaca-se como um ator chave nessa transformação, abrigando 15% do potencial mundial de captura de carbono devido a suas condições naturais vantajosas. O país se posiciona favoravelmente devido ao custo competitivo para a implementação de projetos de crédito de alta qualidade, superando a média global.
O mercado de crédito de carbono opera analogamente a outros mercados de crédito, porém, nesse contexto, a moeda de troca é a não emissão ou a remoção de dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera. Empresas ou até mesmo estados que emitam menos carbono do que removem podem acumular créditos de carbono. A capacidade do Brasil nesse aspecto é considerável, sendo influenciada por vastas áreas de vegetação protegida, particularmente na região amazônica. Outros biomas, como o Cerrado, também desempenham um papel importante. Ações eficazes de preservação e restauração podem resultar em um considerável estoque de créditos de carbono disponíveis para negociação.
O senador Nelsinho Trad ressalta os impactos benéficos do mercado de crédito de carbono na economia brasileira, prevendo a atração de investimentos em setores sustentáveis, tais como energia renovável, hidrogênio verde, combustíveis eco-amigáveis e metais verdes. Além disso, destaca a necessidade de regulamentação sólida para assegurar segurança jurídica aos participantes do mercado, bem como para promover a redução de emissões e contribuir na luta contra as mudanças climáticas.
De acordo com a pesquisa da McKinsey, das 80 principais empresas atuantes no Brasil, 77% já estabeleceram metas de redução de emissões. Para atingir essas metas, muitas estão investindo na preservação florestal como forma de compensação e para tornar-se competitivas no mercado de crédito de carbono.
O Grupo Melhoramentos, uma destacada entidade no mercado editorial e de gestão florestal, tem preservado vastas áreas florestais, totalizando milhões de metros quadrados. A empresa demonstrou sucesso na redução de emissões, principalmente por meio da preservação e estoque de florestas. Embora ainda não tenha obtido receitas significativas através de créditos de carbono, a Melhoramentos está explorando potenciais parcerias e oportunidades de mercado, em linha com uma crescente conscientização e regulamentação ambiental.
O mercado de crédito de carbono representa uma jornada promissora para o Brasil, com a possibilidade de impulsionar a economia, criar empregos e fomentar práticas sustentáveis. Contudo, a implementação eficaz e a regulamentação adequada desempenham papéis cruciais no sucesso desse empreendimento.
(Fontes: Estudo da McKinsey; Entrevista com Charles Dayler; Declarações do senador Nelsinho Trad; Dados do Grupo Melhoramentos)