|
Em seu novo relatório sobre a evolução econômica global, o Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu um aviso claro: as perspectivas de crescimento “estão inclinadas esmagadoramente para o lado negativo” e, se os riscos se concretizarem, poderão empurrar a economia mundial para uma das piores recessões em meio século.
Porém, entre as exceções estão o Brasil e o México. O Fundo está mais preocupado com as conseqüências da guerra na Ucrânia, incluindo a possibilidade da Rússia cortar o fornecimento de gás natural para a Europa, bem como um novo aumento nos preços dos alimentos devido ao efeito da guerra no fornecimento de grãos, o que poderia desencadear a fome.
Perspectivas de crescimento em desvantagem
O aumento da inflação global e uma desaceleração nos Estados Unidos e na China levaram o FMI a diminuir suas perspectivas de crescimento para a economia global este ano e no próximo, advertindo que a situação pode piorar muito.
As três maiores economias do mundo, os Estados Unidos, a China e a zona do euro, estão empatando nessa estagnação com grandes conseqüências para o panorama global.
Segundo o Fundo Monetário Internacional, a “tentativa de recuperação” da recessão pandêmica do ano passado foi seguida por desenvolvimentos cada vez mais sombrios em 2022, que considera cada vez mais provável uma recessão. O relatório WEO reduziu a estimativa de crescimento do PIB global em 2022 para 3,2%, 0,4 pontos percentuais abaixo da previsão de abril.
Brasil e México, as exceções segundo o Fundo Monetário Internacional
A desaceleração na China tem conseqüências globais: os confinamentos aliados às interrupções da cadeia de fornecimento global e ao declínio dos gastos domésticos reduzem a demanda por bens e serviços dos parceiros comerciais da China. Houve algumas exceções neste panorama sombrio, incluindo melhorias na Itália, Brasil e México, bem como na Rússia, que está se beneficiando dos preços mais altos do petróleo devido às sanções ocidentais, observa o WEO.
Para o Brasil, a estimativa é de 1,7% (+0,9 pontos percentuais em relação a abril), enquanto o México deverá crescer 2,4% (+0,4 pontos percentuais). Para a América Latina e o Caribe como um todo, o FMI elevou suas perspectivas de crescimento para este ano para 3%, uma revisão para cima de 0,5 pontos percentuais “como resultado de uma recuperação mais forte nas grandes economias”: Brasil, México, Colômbia e Chile.
Combater inflação é prioridade
Controlar a inflação deveria ser a prioridade máxima para os governos, argumenta o FMI, mesmo que isso inclua medidas dolorosas para os cidadãos, pois os danos causados por permitir que a inflação ficasse fora de controle seriam muito piores. “Uma política monetária mais rígida terá inevitavelmente custos econômicos reais, mas os atrasos só os agravarão. O FMI espera que os preços ao consumidor aumentem 8,3% este ano e 9,5% nas economias de mercado emergentes.