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O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) registrou deflação de 0,37% em setembro, segundo o IBGE. Em agosto a queda foi de 0,73%.
A queda foi maior do que o consenso Refinitiv, que esperava -0,20% no mês. Com o resultado anunciado nesta quarta, o IPCA-15 acumula uma alta de +4,63% no ano.
Desse modo, a taxa em 12 meses ficou em 7,96%. A projeção era maior, de 8,13%.
Apesar da deflação, apenas três grupos de produtos e serviços dos nove pesquisados tiveram queda em setembro. Confira:
Combustíveis
Influenciado pelo item “combustíveis”, o grupo dos Transportes registrou recuo de 2,35% nos preços e deu a maior contribuição em pontos percentuais (-0,49 p.p.) do índice.
Os preços dos subitens etanol (-10,10%), gasolina (-9,78%), óleo diesel (-5,40%) e gás veicular (-0,30%) recuaram na comparação mensal.
Sendo assim, a gasolina contribuiu com o impacto negativo mais intenso, de -0,52 ponto porcentual entre os 367 subitens pesquisados no IPCA-15 de setembro.
Esse resultado decorre da redução no preço do produto vendido para as distribuidoras. Ainda em Transportes, também houve queda em ônibus urbano (-0,08%).
Na outra ponta desse grupo, houve aumento de preços em passagens aéreas (8,20%), que voltaram a subir após a queda de 12,22% em agosto, e nos itens seguro voluntário de veículo (1,74%), emplacamento e licença (1,71%) e conserto de automóvel (0,62%).
Comunicação e alimentos
Também registraram queda nos preços os grupos Comunicação (-2,74%) e Alimentação e bebidas (-0,47%).
Nesse último, o índice foi puxado para baixo pela alimentação no domicílio (-0,86%). Entre os subitens, destacam-se os recuos do óleo de soja (-6,50%), do tomate (-8,04%) e do leite longa vida (-12,01%). Apesar dessa queda, o preço do leite acumula alta de 58,19% no ano no IPCA-15 de setembro.
Os subitens que tiveram alta no grupo foram cebola (11,39%), frango em pedaços (1,64%) e frutas (1,33%).
Já a alimentação fora do domicílio desacelerou e passou de 0,80% em agosto para 0,59% em setembro. O item lanche (0,94%) segue em alta, com variação próxima à do mês anterior (0,97%), enquanto a refeição também desacelerou: de 0,72% para 0,36%.
Vestuário e habitação
Os demais seis grupos apresentaram alta no IPCA-15 de setembro, com destaque para Vestuário (1,66%). O grupo de Saúde e cuidados pessoais (0,94%) foi influenciado pelos itens de higiene pessoal (1,28%), planos de saúde (1,13%) e produtos farmacêuticos (0,81%).
O grupo Habitação subiu 0,47%, com os preços puxados pelos itens gás de botijão (0,81%) e aluguel residencial (0,72%), além da energia elétrica (0,41%).
Regiões
Por regiões, nove das 11 áreas apresentaram deflação em setembro. A maior queda ocorreu em Recife (-0,93%), influenciada pelo recuo nos preços da gasolina (-13,85%). Já o maior aumento foi em Belém (0,50%), puxado pela alta da energia elétrica residencial (10,52%).