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A partir desta terça-feira, o preço do gás de cozinha estará 4,7% mais barato nas refinarias. De acordo com a Petrobras, o valor médio do botijão de 13kg com gás liquefeito de petróleo (GLP) passará de R$ 54,94 para R$ 52,34.
Porém, para o consumidor, o valor cobrado é bem maior, já que é acrescido das margens das distribuidoras e revendedores.
Desse modo, essa redução no preço deve ter efeito pequeno na inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Cada 1% a menos no gás de botijão tem impacto de 0,01 ponto percentual no IPCA acumulado em 12 meses.
Economistas afirmam que essa redução, apesar de pequena, é um ótimo sinal, já que o gás é um item importante para a família brasileira.
Foi a segunda redução do preço do GLP no ano, conforme dados da estatal. Em 11 de março, o preço do botijão passou de R$ 50,15 para R$ 58,21 — aumento de 16,07%. A primeira redução ocorreu em 9 de abril, quando o botijão de GLP passou a custar R$ 54,94, recuo de 5,61% em relação ao preço anterior.
Sendo assim, com o novo corte de preços, o quilo do GLP passará a custar R$ 4,03 em vez de R$ 4,23, uma redução de R$ 0,20, de acordo com a nota da Petrobras.
Essa redução acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado.
Preço do gás de cozinha para o consumidor
Conforme o último levantamento divulgado pela Petrobras, realizado entre 28 de agosto e 3 de setembro, o preço do gás de cozinha de 13 kg era, em média, R$ 111,57 para o consumidor.
A estatal calcula ser responsável apenas por 49,2% desse valor. Atualmente, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Produtos (ICMS), tributo estadual, responde por 10,6%.
Portanto, o restante do preço é de responsabilidade das distribuidoras, que leva em conta os gastos logísticos e a margem de lucro.
Essa composição do preço leva em conta a suspensão da incidência dos impostos federais sobre o GLP de uso doméstico. Uma medida provisória que abre essa possibilidade foi assinada em março do ano passado pelo presidente Jair Bolsonaro, sendo posteriormente aprovada no Congresso Federal.
Sendo assim, foram zeradas as alíquotas do programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
Sem mudanças significativas na política de preços da Petrobras, a desoneração tem sido o caminho adotado pelo governo federal para baixar os preços não apenas do GLP, mas também da gasolina, do etanol, diesel e do Gás Natural Veicular (GNV).
Outra lei proposta pelo governo federal entrou em vigor no final de junho limitando as alíquotas do ICMS que incidem sobre itens considerados essenciais.
A queda na arrecadação dos estados deverá ser compensada por meio do abatimento de valores da dívida pública que eles têm com a União.
A medida, no entanto, gerou questionamentos dos estados e também de prefeituras, que recebem uma parcela do ICMS. No cálculo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a perda apenas dos municípios é de quase R$ 20 bilhões.