Startups brasileiras estão atraindo cada vez mais investidores estrangeiros. De janeiro a abril, participaram de 39% das 238 rodadas, no ano passado a participação foi de 33% no mesmo período.
Sendo assim, gestoras dos Estados Unidos, Alemanha e Japão são as que mais fazem investimentos no Brasil, principalmente em grandes operações. Com isso, as captações acima de 50 milhões de dólares tiveram 90% de participação de gestoras internacionais. Relatórios apontam que nos últimos 5 anos, dois terços do capital investido vieram do exterior.
Em 2021, um fundo japonês liderou 5 rodadas de investimentos, criando unicórnios como MadeiraMadeira, Unico, Merama, frete.com e Mercado Bitcoin.
Sobretudo, as startups mais requisitadas pelos estrangeiros são fintechs, retailtechs e healthtechs.
Como funcionam as rodadas de investimento?
Basicamente, os investidores oferecem dinheiro em troca de participação acionária no negócio. Alguns investimentos permitem permuta ou troca de conhecimentos por participação, mas não é comum.
As rodadas são divididas em séries e a classificação que as acompanha tem a ver com o estágio da startup:
- Investimento Anjo: essa primeira rodada de investimento é utilizada para testar a tese, montar o time inicial e desenvolver um MVP (minimum viable product). Geralmente é composta por pessoas físicas (família e amigos) e pequenos investidores profissionais. O volume de investimentos, no Brasil, costuma ser de até R$ 700 mil.
- Investimento semente (Seed): gera fundos que apoiam o trabalho inicial de pesquisa como descobrir o que o produto será e quem serão os usuários ou consumidores. Esse dinheiro também ajuda a montar uma equipe mais profissional, já que até essa fase muitos empreendedores estão trabalhando sozinhos ou com pouquíssimos colaboradores. O aporte de capital varia entre R$ 700 mil a R$ 2 milhões.
- Series A: nessa fase a base de usuários é otimizada e cria-se novas ofertas de produtos e serviços, dimensionando o produto em diferentes mercados. Desse modo, a startup deve ter um plano de negócios que gere lucro a longo prazo. São investidos de R$ 2 milhões a R$ 20 milhões.
- Series B: nessa etapa, investidores se propõem a contribuir para escalar o negócio, expandindo o alcance de mercado da startup, além do aprimoramento de processos, novas contratações e até mesmo adquirindo outras empresas. O investimento pode chegar às dezenas de milhões.
- Series C: o objetivo do investimento é acelerar a empresa em todos os aspectos, lançando-a no mercado internacional e/ou adquirindo novas companhias. Empresas maduras e de alto potencial são o foco principal dos investidores nessa fase, já que eles têm a intenção de receber mais que o dobro da quantia de volta.
Assim sendo, startups brasileiras continuam atraindo investidores, já que o Brasil tem uma grande relevância nesse ecossistema. Empresas de Venture Capital estão sempre em busca de inovação e muitas startups brasileiras estão dentro do que os investidores procuram.