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O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) deve anunciar uma nova elevação da taxa Selic nessa primeira semana de agosto. A reunião começará na terça, mas devem anunciar o aumento na quarta-feira (3).
A média de projeções do mercado, de acordo com o consenso Refinitiv, aponta para uma alta de 50 pontos base para 13,75% ao ano.
Sendo assim, se o ajuste for confirmado, os juros no Brasil serão os maiores em cinco anos.
Para o Itaú, aumentar os juros em 50 pontos é uma decisão coerente em relação à minuta da reunião de junho, em que o BC (Banco Central) apontou para um ajuste da mesma magnitude do último encontro.
Na mesma terça em que começa a reunião do Copom, sai também a produção industrial referente a junho. O Itaú prevê uma queda de 0,2% em relação a maio, com um resultado ligeiramente negativo na parte de manufaturas e alta no segmento de mineração e extrativismo.
A semana também traz números importantes da indústria automotiva. As vendas de veículos referentes à julho devem ser divulgadas também na terça-feira pela Fenabrave, a associação das distribuidoras. Já a Anfavea, que reúne as fabricantes, divulgará seus números na sexta-feira.
Previsão de alta de juros na Europa
Na quinta-feira (4), o Banco Central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também tomará uma decisão sobre os juros. De acordo com o consenso Refinitiv, a autoridade monetária deverá elevar a taxa pela sexta vez consecutiva, em 25 pontos base, para 1,5%. A inflação no Reino Unido acumula alta de 9,4% em 12 meses, maior taxa desde 1985.
Na zona do euro, onde o Banco Central Europeu elevou juros pela primeira vez em 11 anos, tem o índice de preços ao produtor, na quarta-feira. O consenso Refinitiv aponta para uma variação positiva de 1% em julho, na comparação mensal. Em junho, a inflação ao produtor europeu acumulava alta de 36,3% em 12 meses.
Dados do mercado de trabalho são destaque nos EUA
O mercado de trabalho americano terá seus números oficiais divulgados na sexta-feira (5). O consenso Refinitiv prevê uma desaceleração na criação de vagas, de 372 mil em junho para 250 mil em julho. A taxa de desemprego deve permanecer em 3,6%.
Antes do payroll, tem o relatório JOLTS, na terça-feira, e a média das projeções do mercado aponta para 11 milhões de vagas em aberto nos Estados Unidos, ainda no mês de junho. A pesquisa ADP, de emprego no setor privado, está suspensa até o final de agosto, pois o instituto responsável pela publicação está revisando sua metodologia.
Ainda nos Estados Unidos, os investidores devem acompanhar os índices de gerente de compras (PMI) da indústria (na segunda-feira) e de serviços (na quarta-feira) que, na última leitura, apresentou número abaixo de 50, o que indica retração.